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Antivirais. Potenciais auxiliares no combate ao coronavírus SARS-CoV-2.

Atualizado: 26 de abr. de 2021

XAVIER, Josilda B.L.M. [1]



Temos visto mulheres e homens que constituem a comunidade científica mundial se debruçando sobre os fenômenos naturais que têm afetado o planeta, os seres vivos, e em especial, os humanos, em um processo de busca de entendimento, bem como de soluções de problemas, causados por microrganismos. Um dos problemas existentes, que têm afetado profundamente a sociedade humana, é a ação de famílias virais (respiratórios, entéritos, arbovírus, vírus oncogênicos [SANTOS/LABVIR/UFRGS]), ao longo dos séculos, provocando muito sofrimento e morte de milhões de pessoas.


Como exemplos de epidemias e/ou pandemias causados por viroses ao longo do tempo temos a Peste Antonina, também conhecida como a Peste de Galeno, que surgiu em 165 a.C. e prolongou-se até o ano 180 a.C., possivelmente causada por um surto de varíola (varíola major e varíola minor) ou sarampo (Measles morbillivirus); em 250 a.C. o vírus responsável pela “Peste de Cipriano” é um enigma, e talvez, “para alguns historiadores, pode ter sido uma febre hemorrágica viral, para outros pode ter sido uma gripe causada por um vírus idêntico ao que causou a Gripe Espanhola em 1918”; também já é sabido que “as primeiras notícias de pandemias foram originadas pelos vírus da Gripe em 1580 na Ásia” e que, com as navegações promovidas pelos europeus (portugueses, espanhóis, holandeses, ingleses, franceses), foi espalhado por todo o mundo, promovendo mortes de milhares de pessoas; não é possível esquecer do vírus Ébola, identificado pela primeira vez em 1976, que causa um tipo de doença que geralmente ocorre em surtos em regiões tropicais da África subsaariana; mais recentemente o vírus H1N1, um subtipo do vírus Influenzavirus A, que provocou em 2010 um surto que matou mais de 100 mil pessoas no México, e que também chegou ao Brasil, causando centenas de mortes; e, não possível deixar de fazer referência a atual pandemia, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 que já causou a morte de mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo (ULISBOA, 2020).


Vimos acima que a “convivência” dos humanos com doenças causadas por vírus é milenar e, com o avanço das investigações nas mais diversas áreas do conhecimento, é necessário começarmos a reconhecer a responsabilidade das ações humanas sobre o ambiente onde vive, relação essa que tem sido promíscua, individualista, egocêntrica, sempre em busca do atendimento às suas “necessidades” sem grandes preocupações com as consequências de seus atos sobre a natureza.


Na busca de encontrar melhores meios de os humanos enfrentarem / conviverem com os vírus, a pesquisa e uso de antivirais, medicamentos usados especificamente para tratar infecções causadas por vírus, está sendo amplamente divulgada. “A maioria dos antivirais disponíveis - cada um com suas propriedades específicas - apresenta ação contra HIV, vírus do Herpes, Hepatite B e C e Influenza A e B” (eCycle, s/d). É comum o uso de antivirais medicamentosos (industrializados), bem como oriundos de plantas medicinais, com eficácia comprovadas cientificamente a partir da investigação dos princípios ativos com funções parecidas com os antivirais farmacêuticos, como por exemplo astragalus (Astragalus membranaceus), erva-cidreira (Melissa officinalis L.), alho (Allium sativum), gengibre (Zingiber officinale), açafrão ou cúrcuma (Curcuma longa), melaleuca (Melaleuca alternifólia), entre outras.


Em busca de antivirais que atuem contra o coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença COVID-19, pesquisadores de vários países têm se debruçado sobre alguns experimentos que estão resultando em antivirais que poderão, após a realização de todas as fases investigativas, serem usados como meios de combate à pandemia, além das vacinas.


Entre os exemplos de antivirais em fases finais de testes é possível citar...


Antiviral DR-10: Cientistas do Instituto Venezuelano de Investigações Científicas (IVIC) desenvolveram uma molécula que aniquila completamente o vírus que provoca a Covid-19. Além disso, tem sido assegurado que o novo medicamento pode deter a Covid-19 e que o estudo teve uma duração de seis meses. Assim que obtiver a ratificação da Organização Mundial da Saúde - OMS, a Venezuela vai preparar a produção massiva desta molécula e fornecê-la a nível mundial com a devida colaboração internacional. A descoberta foi divulgada em 26 de outubro de 2020. (RBA, 2020)


Tapsigargina: O estudo que levou à descoberta, publicado no boletim científico Viruses, mostra que a tapsigargina é um promissor antiviral de amplo espetro e considerado “altamente eficaz” contra o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença Covid-19, mas também contra o vírus da gripe comum, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o vírus influenza A. A descoberta está sendo divulgada (03/o2/2021), em toda a Europa, destacando que um elemento importante a ser considerado no antiviral Tapsigargina, é o fato de ser oriundo de uma substância tóxica de uma planta (Thapsia garganica) muito “comum em zonas de mato no interior centro e no sul de Portugal” (MADREMEDIA/LUSA, 2021).


O grupo de pesquisadores da Universidade de Nottingham (Inglaterra), liderado pelo pesquisador Kin-Chow Chang (PhD pela University of London - https://www.nottingham.ac.uk/vet/people/kin-chow.chang), defende que a “descoberta pode ter enormes implicações na forma como vão ser geridas as futuras epidemias e pandemias, incluindo a pandemia de Covid-19”. De acordo com o comunicado, “experiências realizadas em células e em animais demonstram que a tapsigargina é um antiviral promissor, sendo eficaz contra a infeção quando usada antes ou durante uma infeção ativa”; foi destacado que “Também é capaz de impedir que o vírus reproduza cópias de si mesmo nas células durante pelo menos 48 horas após uma única exposição de 30 minutos. Como a substância é estável em ph ácido, como o que se encontra no estômago, pode ser tomada por via oral, evitando as injeções ou o internamento hospitalar” (MADREMEDIA/LUSA, 2021).


As possibilidades de tratamentos eficazes contra alguns tipos de vírus, incluindo o coronavírus SARS-CoV-2, através dos diversos antivirais que estão sendo elaborados e/ou testados pela comunidade científica em todo o mundo, evidenciam a imensa capacidade e competência dos pesquisadores e pesquisadoras que coloca a Ciência como uma aliada imprescindível da humanidade.




[1] Docente do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UNEB/DEDC/Campus VIII. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0838920937933125



REFERÊNCIA



eCYCLE. Nove plantas com propriedades antivirais. Sem data (s/d). Disponível em: https://www.ecycle.com.br/1908-antiviral.html



MADREMEDIA/LUSA. Covid-19: Cientistas descobrem potencial tratamento antiviral derivado de uma planta tóxica comum em Portugal. 03/02/2021. Disponível em: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/covid-19-cientistas-descobrem-potencial-tratamento-antiviral?utm_source=whatsapp_sharebutton&utm_medium=social&utm_campaign=social_sharebutton


RBA. Maduro anuncia medicamento que elimina vírus da covid-19. Pesquisa Científica. Rede Brasil Atual – RBA. Saúde e Ciência. 26/10/2020. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2020/10/maduro-anuncia-medicamento-que-elimina-virus-da-covid-19/


SANTOS, Helton Fernandes dos. Classificação viral. Equipe de Virologia – UFRGS & IPVDF. Material de aula (slides). Disponível em: https://www.ufrgs.br/labvir/material/aulaCURSOFarmacia_3classificacaoviral.pdf


SARAMPO. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarampo


U-LISBOA. As Epidemias e as Pandemias na História da Humanidade. News nº99, março 2020. Roteiro da Memória. Universidade de Lisboa. Faculdade de Medicina – Lisboa. Disponível em: https://www.medicina.ulisboa.pt/newsfmul-artigo/99/epidemias-e-pandemias-na-historia-da-humanidade


VARÍOLA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Var%C3%ADola

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